quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Olhos em Carne-Viva

Emily era uma garotinha valente.

Uma vez quando ela tinha 5 anos, uma prima mais velha lhe contou a lenda do Olhos em carne-viva. Sobre uma criatura que gostava de imitar os homens para depois devorá-los, porém, ele devia atacar suas presas no escuro, pois mesmo conseguindo imitar a forma do homem, sua pele era escura como uma sombra e seus olhos, seus terríveis olhos eram vermelhos sem retina ou íris, como se fossem duas feridas abertas e sangrentas na carne. Emily não conseguiu dormir aquela noite, olhando a cadeira que ficava em frente a sua cama, e pensando no “Olhos em carne-viva”.

Quando Emily completou 7 anos não tinha mais medo dele, ela já era grandinha para acreditar em monstros imaginários, mas algo aconteceu.

Emily acordou certa noite com uma sensação desconfortável de estar sendo observada.

Ela olhou para frente e viu, em meio a escuridão, ele estava sentado na cadeira.

Todos os seus pesadelos, todo seu terror voltaram á sua cabeça naquele momento. Era o “Olhos em carne-viva”, ela sabia disso. Seu corpo como uma sombra humanóide seu sorriso forçado e não natural e seus grandes olhos vermelhos pulsando na escuridão. Estava sentado, olhando para ela.

Ela estava completamente aterrorizada, mas não gritou. Ela se mexeu um pouco, e ele apenas a acompanhou com os olhos. Ela não dormiu naquela noite.

Na manhã seguinte ela contou toda a história a seus pais. Sua mãe a confortou e resolveu dormir com ela a partir daquela noite. Seu pai não acreditou.

Certo dia alguns meses mais tarde Emily estava dormindo com sua mãe como de costume, mas algo a acordou.

Um barulho de algo quebrando na cozinha, e quando abriu seus os olhos sua mãe não estava ao seu lado. Porém, para seu horror, um vulto negro estava parado em cima da cadeira. Ela não via seus olhos, mas sabia que era o “Olhos em carne-viva”.

Dessa vez ela não ia esperar ele abrir seus olhos. Ela se mexeu devagar, se levantou e foi correndo ao quarto do pai.

Seu pai estava na cama, ela pegou sua mão e o puxou “acorde pai, ele está ali!”. Ele, cambaleante levantou e a acompanhou lentamente.

A luz da cozinha estava ligada, o que tinha sido aquele barulho mesmo?

A garota olhou pela fresta da porta da cozinha e o grito ficou entalado em sua garganta.

Um copo quebrado no chão, sua mãe morta e mutilada com grandes marcas de dentada, e seus pedaços e órgãos sangrentos espalhados pelo chão.

Emily nunca soube que seu pai tinha viajado mais cedo, dado um beijo nela e pendurado o casaco em sua cadeira.

A mão fria apertou sua pequena mão, então ela percebeu de quem era a mão que segurava. Ela lentamente olhou para trás.

A última coisa que Emily viu foi o sorriso inumano e os grandes olhos, como se tivessem sido talhados em carne-viva.


A polícia chegou depois e arquivou o caso como "inconclusivo" devido ao tamanho e gravidade das marcas de dentes nos corpos.

O pai de Emily grita essa história até hoje no hospício.

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