quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O Clã Bean


Alexander “Sawney” Bean nasceu, no final do século XIV, numa pequena aldeia de East Lothian, a 8 milhas de Edinburgh, Escócia. Foi criado em uma comunidade agrícola e seu pai era um escavador de valas, mas desde cedo, Sawney mostrava sinais de ócio, desonestidade, crueldade e resistência a qualquer tipo de autoridade. Sabia-se que ele nunca seria um membro produtivo para a comunidade e aos 20 anos, relacionou-se com Black Agnes Douglas, uma mulher tão cruel como ele próprio e suspeita de atos de bruxaria como sacrifícios humanos e conjurações de demônios.

Logo, ambos fugiram de sua terra natal, percorrendo o sul da Escócia e roubando quem quer que cruzasse seu caminho. Algumas lendas afirmam que foi a partir dessa viagem que Sawney pegou gosto pela carne humana. Sendo bandidos, era arriscado entrar em aldeias e tentar comprar alimentos com o produto de seus saques, enfrentando assim a fome. E então, Agnes convenceu Sawney de que o canibalismo seria a melhor solução. Havia rumores de que Agnes já praticava tal ato antes mesmo de conhecer Sawney. E não querendo chamar muita atenção, o casal só o fazia quando extremamente necessário e eliminava os restos de seu banquete, de forma de que tudo parecesse o ataque de um animal. Sawney e Agnes estavam se transformando em verdadeiros monstros.

Depois de viajar e se esconder por vários meses, o casal finalmente chegou à costa de South Ayrshire, no condado de Galloway, e na praia, durante a maré baixa, eles descobriram uma caverna, cuja entrada não ficava visível quando a maré subia e ficava totalmente bloqueada pela água. Como a caverna tinha um quilômetro de profundidade e uma inclinação constante, o casal achou que seria um covil perfeito e ali se instalou. Eles continuaram roubando regularmente e se preocupavam em não deixar testemunhas. Os corpos eram conservados em vinagre e sal.


O casal acabou por gerar oito filhos e seis filhas, que por sua vez, através de incesto e endogamia, geraram 18 netos e 14 netas, formando um verdadeiro clã selvagem, criados sem qualquer noção de humanidade e civilidade. Então, iniciou-se um reinado de horror: ali viveram por 25 anos, roubando, matando e devorando a carne de suas vítimas. Agiam sempre à noite: dividiam-se em vários e pequenos grupos, para impossibilitar qualquer chance de fuga, e atacavam viajantes e moradores locais. Os corpos eram levados para a caverna, desmembrados e devorados. Tudo o que eles não conseguiam comer era lançado ao mar e ia parar em praias vizinhas de comunidades costeiras, assustando as pessoas e chamando a atenção de autoridades locais. E estima-se que mais de 1.000 pessoas desapareceram, inexplicavelmente, durante esse período.

Muitos rumores e lendas começaram a surgir, e aquela era uma época de profundas superstições. Alguns boatos afirmavam que havia algum tipo de feras vivendo nas áreas selvagens ao redor das aldeias e outras teorias ainda mais estranhas sugeriam que os Gorros-Vermelhos (Red Caps) estariam por trás desses desaparecimentos. Gorros-Vermelhos são duendes malévolos e assassinos, criaturas típicas do folclore escocês. Com as autoridades alarmadas com o número significativo de desaparecimentos, várias buscas foram organizadas para tentar se encontrar os culpados, que não deixavam pistas ou rastros. Numa dessas buscas, até descobriu-se a existência da caverna do clã, mas todos se recusaram a acreditar que qualquer ser vivo pudesse viver ali. Frustrados e em busca de justiça, moradores locais chegaram a linchar inocentes, injustamente, pelos crimes do clã Bean.

Galloway tornou-se um lugar temido e despovoado, e os Bean estavam confiantes de que nunca seriam descobertos até que, certa noite, eles emboscaram um casal a cavalo. Para surpresa dos canibais, o homem, armado de espada e pistola, reagiu e iniciou uma pequena batalha no meio da estrada, mantendo-os afastados. A mulher não teve sorte: foi arrastada pelo cavalo, assassinada, estripada e devorada parcialmente, ali mesmo. Outro grupo maior de pessoas estava viajando mais atrás na estrada e veio a tempo de salvar o homem de sua própria morte nas mãos da família Bean. Quando ouviu a multidão se aproximando, o clã se viu em desvantagem e começou a se dispersar em todas as direções. Correndo freneticamente, eles finalmente fizeram o seu caminho de volta para sua caverna. Depois de recolher os restos mortais de sua esposa, o homem e seu novo grupo de aliados fizeram o seu caminho de volta para a cidade para informar as autoridades locais.

O relato do homem chegou até o magistrado de Glasgow e o corpo mutilado da mulher exibiu, finalmente, as provas de que um grupo de canibais estava por trás dos desaparecimentos nos arredores. Com a urgência da situação, o magistrado comunicou, diretamente, os fatos ao rei da Escócia, James VI. O rei foi pessoalmente para Galloway, com um exército de 400 homens armados e com vários cães farejadores para dar início à caçada. No local do assassinato, a equipe do rei com a ajuda de voluntários locais, explorou o campo inteiro e nada se descobriu. Ao patrulharem a costa, os cães levaram o grupo até a entrada da caverna, anteriormente negligenciada. Os cães foram guiados pelo cheiro pungente dos cadáveres em decomposição e os homens entraram na caverna, empunhando tochas e suas armas em riste. Cautelosa e metodicamente, avançaram pelas estreitas e sinuosas passagens da caverna, e enfim, depararam-se com o horrendo cenário. Havia corpos pendurados em todas as partes: pernas, braços, coxas, mãos e pés de homens, mulheres e crianças estavam pendurados em fileiras como carne seca. E havia um grande número de membros ensalmourados em barris. Além disso, havia pilhas e pilhas de produtos saqueados como joias, roupas, relógios, etc.

Todo o clã estava ali escondido e qualquer tentativa de fuga era impossível. Encurralados, os 48 membros da família Bean se entregaram, sem oferecer resistência. Presos e acorrentados, foram conduzidos para Edinburgh, e em seguida, foram transferidos para Leith, onde deveriam ser prontamente executados sem qualquer processo ou julgamento, pois os Bean, na condição de excluídos da sociedade e devido à infâmia de seus crimes, não mereciam misericórdia ou a justiça da civilização.


Todos foram executados, lentamente, no dia seguinte. Os homens foram desmembrados: seus braços e pernas foram cortados enquanto ainda estavam vivos e conscientes, e além disso, foram castrados. E aí, foram deixados para sangrarem até a morte, tendo como espectadores as mulheres e crianças do clã, obrigadas a assistirem tudo. Logo após, todas foram amarradas em estacas e foram queimadas vivas. Nenhum membro da família mostrou qualquer sinal de arrependimento ou remorso, e várias das filhas mais velhas cuspiam obscenidades e ameaças para seus algozes e para a multidão, até o último suspiro de vida. Ninguém entendia em qual língua elas vociferavam, e presumiu-se que falavam ali a língua do diabo. Alexander “Sawney” Bean, antes de morrer, gritava com todas as forças que pôde reunir: “Isso não acaba aqui! Isso nunca vai acabar!”.

Fonte: http://leituracreepy.blogspot.com.br/2012/11/cla-bean-uma-saga-de-selvageria-e.html

2 comentários:

Micky Nekoi disse...

Nossa Rodrigo Obrigada ^.^

Ultimamente nós estamos reblogando coisas boas que achamos na internet por ai, e se achamos o seu blog e reblogamos coisas dele é por que seu blog tem bom conteúdo ;D

A parceria funciona na verdade como troca de banners, mas lógico sempre quando formos pegar algo de seu blog iremos divulgá-lo aonde a gente tirou o conteúdo ;)

Obrigada pela estima.

Rodrigo Souza "Freakabout" disse...

Ora menina, não foi nada XD podem divulgar as matérias que quiserem, inclusive as que eu escrevi, tem problema nenhum não. Nós do terror temos q nos ajudar né kkkk vocês também tem muitas matérias boas.

Obrigado pela atenção, ei, tenha uma bom natal xp