quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Velhos Amigos

Lúcia tinha acabado de mudar de casa, e como qualquer garotinha de 10 anos, estava triste.

Lúcia era uma garota muito esperta, e os psiquiatras freqüentemente diziam que a menina tinha a idade mental de uma garota de 14 anos.

Ela gostava muito de ler e entendia de quase tudo, um dia, seus pais lhe disseram:

- Lúcia, já está na hora de você escolher sua religião, sabemos que você leu tudo sobre o assunto e conhece muito sobre cada uma delas.

No dia seguinte, Lúcia deu a resposta:

- Pai, mãe, sou espírita!

Os pais não entenderam:

- Mas por quê?

A garota respondeu na hora:

- Meu amigo me falou para seguir essa religião, vocês sabiam que ele já morreu há 30 anos mas continua aqui conversando comigo?

Os pais não acreditaram na menina e ignoraram o fato, achando que se tratava de alguma brincadeira dela.

Passaram-se 2 anos e a filha começou a mudar muito, parecia muito mais madura. Certo dia, ela acordou e, ao passar pelos pais na cozinha disse a eles que teria que voltar para sua casa, e foi em direção à porta.

Os pais sem entender nada, disseram que ela estava ficando maluca, que aquela era sua casa, e não a deixaram sair. Acreditavam que ela estava confusa, achando que ainda morava na antiga casa.

Dois dias depois, na hora do jantar, Lúcia desceu de seu quarto e seus pais ouviram outros passos na escada além dos dela.

Para o horror deles havia um homem, de aparência idosa e sorridente acompanhando Lúcia, com as mãos no ombro dela.

- Papai, mamãe, esse é aquele meu amigo que morreu há 30 anos de quem eu falei para vocês.

Os pais não conseguiram falar nada, apenas ouviram o homem:

- Ela vai voltar para casa comigo.

E em um instante, uma luz branca preencheu a casa, Lúcia e seu amigo desapareceram e seus pais nunca mais tiveram notícias dela.

Os eventos daquela noite abalaram o casal por muitos anos, mas, finalmente, eles tiveram outra filha.

A felicidade agora havia retornado à vida deles, o casal já pensava em ter mais um filho.

Certa noite, quando a garota tinha 5 anos, ela bateu na porta dos pais.

Rindo, a garota falou:

- Papai, mamãe, eu preciso morrer, minha irmã me disse que já está tudo preparado para mim na nova casa.

Os pais ficaram aterrorizados, pois nunca haviam dito à ela que eles tiveram outra filha, a partir daquela noite passaram a dormir todos os dias com ela.

Poucos dias depois, a mãe acordou e percebeu algo estranho na filha.

A garota não se movia, estava morta. Seus olhos abertos, um sorriso no rosto.

Em sua mão havia um pequeno papel. Nele estavam desenhados em giz-de-cera Lúcia, a garotinha e um rosto idoso e sorridente segurando o ombro de ambas.

Havia uma mensagem.
“Estamos todos de volta em casa, aguardamos ansiosos pelo garotinho em sua barriga”

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