Você está sozinho no escritório, você sempre é o último a sair. Talvez a única outra pessoa em todo o prédio seja no segurança no térreo, talvez.
Há trovões na janela, mas a chuva é tão fraca que não se ouve nada.
Seu cubículo é um ponto de luz no meio de outros tantos cubículos escuros ao seu redor, saber que a algumas horas atrás havia vida e movimento ao seu redor e agora só há escuro e silêncio deixa uma sensação de solidão perturbadora no ar.
Mas você não pode reclamar, está recebendo horas extras para isso.
Você se assusta com um estalo em meio ao silêncio.
A máquina copiadora a poucos metros de você começa a cuspir cópias sozinha, “maldita máquina, a semana inteira com problema!” você pensa.
Você anda até lá em meio ao escuro, para ver o que está acontecendo, vê que diversas cópias estão saindo. Você agacha e pega um dos papéis no chão. São imagens de fotos, mas a fraca luz do flash da copiadora não deixa você ver que fotos são essas “Alguém deve ter deixado essa imagem dentro da copiadora mais cedo, e ela resolveu copiar só agora, máquina maldita”.
Você está olhando a imagem a alguns minutos, quando um flash mais forte da copiadora ilumina a foto.
Você engole o seco ao perceber... Que aquela é uma foto de você no chão do escritório, morto, em uma poça de sangue, com os olhos arrancados e a garganta cortada. As outras são as mesma figura, mas cada uma em um ângulo mais bizarro.
Não há nenhuma cópia original dentro da máquina. Você sente uma mão gelada tocar sua nuca.
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